Confecção de carimbos – a construção de um saber

Na atual sociedade, vive-se uma difusão de informações, das mais valiosas até as menos importantes possíveis. Somos consumidores vorazes de informações e que passam efêmeras por nossas percepções e que indicam uma falta de vivência em relação aos processos. Tudo é apenas informação.
Quando a informação nos é dada como um dado pronto, ainda mais na escola, parte-se do princípio de quem sabe a informação e quem ainda não a conhece, ou seja, educacionalmente, os saberes cabem aos professores e o não saber é do aluno (o “sem luz”). A este processo Paulo Freire denominou educação “bancária”, pois o aluno é o depósito dos saberes de outro, o professor.

Por outro lado, quando se imagina poder construir estes saberes juntos, lado a lado, professor/aluno, aluno/professor, aluno/aluno, têm-se outra perspectiva. O professor deixa de ser o centro disparador e o aluno o alvo deste saber. Estas práticas estão difundidas dentro da escola atual, mas ainda de maneira incipiente. Muitos dos docentes ainda carregam consigo a carga de posição intocável de “disseminador” de saberes em detrimento aos alunos ditos “burros”, “ignorantes”, “sem cultura”, e outras denominações que podem ser resumidas em seres que “não têm o conhecimento” e que este conhecimento tem que ser levado até eles.

Em aula, procurei uma forma de valorizar o que os alunos trazem de bagagem consigo e fazer uma produção embasada nestas bagagens. Como? Trabalhei uma forma de fazer o aluno produzir sua própria informação, disseminando-a por meio de carimbos de EVA e dando ênfase na reprodutibilidade e da repetição. Não apenas eles serão sujeitos de desenvolver um suporte de reprodução (gravura) como também terão a oportunidade de discutir textos e trabalhos de artistas que têm esta intenção, ou seja, passar uma idéia por meios gráficos.